"As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade."
Victor Hugo
Não acredito mais em palavras. O motivo? Vêm de pessoas. Pessoas mentem, enganam, ludibriam, usam o verbo para benefício e interesse próprio. O ser humano não sabe usá-las de maneira adequada. É como deixar uma criança brincar com uma arma - carregada. A maioria das palavras que li e ouvi ultimamente, são mentirosas.
Não me venham com esse papo de que "você está julgando um por todos". Sei do que estou falando. Ao longo do tempo, as palavras têm sido usadas para beneficiar quem as "sabe"utilizar. Pessoas morrem, enriquecem, brigam, separam-se, unem-se, vão e voltam. Basta, para isso, saber usar a expressão correta. Não sou um bom exemplo de quem sabe usar as palavras. Tenho problemas sérios em deixá-las guardadas onde não poderão machucar ou incomodar ninguém.
Falamos e escrevemos sem pensar em quem está ouvindo ou lendo aquilo. Este blog é um exemplo de como eu não sei usá-las. Vomito aqui tudo que tenho vontade de verbalizar e não tenho coragem, tempo ou disposição para tanto. Mas e quem lê este blog? (pode não parecer, mas há quem acompanhe isso aqui) Será que querem ler tudo que escrevo? Será que já não magoei alguém por ter escrito algo que, por fazer parte do meu convívio, a pessoa possa ter tomado para si? É complicado.
A primeira vez que li a frase dessa imagem aí em cima, pensei: "Eu faço isso, pow... Não sofro desse mal". Ledo engano meu. Faço isso pouquíssimas vezes. Raramente. Tenho dificuldade em manter o meu discurso no campo do pensamento. Quando retomo as rédeas da minha boca, as pessoas já estão ao meu redor me olhando estranho. Embora tenha falado o que penso e me posicionado a respeito de algo, nem sempre a minha posição ou interpretação de algo, é aceitável. Melhor seria tê-la deixado guardada. Omisso? Não! Há uma diferença enorme entre respeitar a posição de outros e me acovardar em mostrar minha posição. Ultimamente tenho pensado bastante em que me ouve e lê. Mas ainda falo e escrevo coisas pelas quais tenho que me desculpar em seguida.
Às vezes me acho bastante idiota. Um cara com 31 anos, ainda sem saber se expressar adequadamente. E quem sabe? Todos cometemos gafes quando lidamos com essa arma tão poderosa que é a palavra. Quem nunca se viu numa situação embaraçosa porque não soube manter a boca fechada ou os dedos controlados? É fogo! Eu, pela minha impulsividade, já me feri e a outros várias vezes. Você também, caro leitor, já deve ter lembrado, enquanto lê este texto, as diversas vezes em que se pegou colocando a mão na boca e pedindo desculpas em seguida. O "Foi sem querer" já foi muito usado por todos nós. Culpa das palavras. Culpa de nossa boca rápida ou dedos ágeis. Saem sem controle e atingem o alvo errado na maioria das vezes.
Não por querer ganhar Clarice, mas por concordar muito com o que ela fala, estou procurando ser fiel às minhas palavras. Não adianta jogar litros de palavras sobre a vida e não condizer com as próprias ideias. É engraçado que, até hoje, já me peguei fazendo o que falei "nunca" diversas vezes. "Nunca diga que desta água não beberás" tem sido um ditado que não me incomoda mais. Evito usar o "nunca". Ele é perigoso. Na verdade, todas as palavras que são absolutas, são perigosas. Vai saber do amanhã... Evito colocar-me em situações embaraçosas por ter feito algo que jurei jamais fazer. Palavras... Perigosas demais mas precisamos delas para dizer quem somos. Eu sou isso mesmo. Tem jeito não (depois eu escrevo algo dizendo que não sou nada disso e me contradigo novamente). É fogo.
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser,
mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Voltaire
Os homens de poucas palavras são os melhores.
William Shakespeare
Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas,
haveria muito mais silêncio neste mundo.
Oscar Wilde
As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras.
Lao-Tsé
Tem Mais?
Tem. Mas vou pensar muito antes de escrever.
2 comentários:
Após um longo tempo pesquisando, encontrei algo similar a minha realidade: esta postagem! Caraca, confesso que tenho o mesmo problema (será um problema?), inclusive, vivo tentando combater esse defeito constantemente. Mas, como pensar em solução se identifico essa situação em outras pessoas. Continuar ou mudar: eis a questão! Valeu..
E um dilema enorme, Alex. Mas... Tamos aí na luta. Valeu vc por compartilhar e entender. 😉
Postar um comentário