33 anos. Mais de 3 décadas. Mais de 12.045 dias. Horas? Quero nem calcular.
Você, leitor, acredita que mesmo depois de tanto tempo vivido ainda há quem me pergunte se eu me arrependo de algo?
A resposta é bem óbvia: SIM!
Me arrependo de tanta coisa que se for elencar aqui o texto ficará preguiçoso para ser lido.
Mas, se há algo de que tenho profundo arrependimento, é de ter deixado tanta gente mexer no meu pirão. Não entendeu? Fica no ar...
Estou bem aos 33. Na vida, no coração e na mente. Está tudo ok. Claro que há alguns “e se...” mas nada que me mate por dentro.
Na verdade, um “e se...” que tem me agoniado bastante é o fato de eu estar me acomodando um pouco e não buscar novos desafios na vida. Tem tanta coisa a se viver, tanta coisa pra ser vista e tanto a ser provado... Medo? Talvez... Gosto de estabilidade agora. Acho mais seguro. Talvez a fase impulsiva esteja dando lugar à criticada fase acomodada (nunca me imaginei falando isso).
Não me vejo mais como aquele rapaz “louco” que jogava tudo pro ar e saía em busca da vida em vários lugares diferentes. Quero tranquilidade, estabilidade, segurança, paz. Tenho evitado e abandonado tudo que me irrita, estressa, me tira do eixo, me incomoda. Preciso de tranquilidade. Paz interior.
Algumas vezes eu me pego, acompanhado, sozinho. Tenho, constantemente, viajado no meu mundo interior enquanto aqui fora há tanta gente pedindo atenção. Acho que isso é reflexo da falta de atenção que tenho me dado. Preciso me ouvir. Conversar um pouco comigo. Quando procuro fazer, sou chamado a atenção por estar diferente, estranho, calado. Estou calado por fora; por dentro, está uma gritaria. Estou caindo, novamente, no erro de não me posicionar, não questionar, não reclamar, não gritar, não ... (viu?)
Beirando a fase de “jovem senhor”, me vejo, ainda, com um espírito jovem que foi aprisionado por receio de algo dar errado. Mais uma vez o cérebro ganhou do coração. Não segui meus impulsos e, por incrível que pareça, mesmo reclamando disso, acho que fiz a coisa certa (louco né?!). A grande questão que fica nessa batalha interior é que eu preferi manter os pés no chão; no meu chão (eu não vou puxar o meu tapete). Tudo está sendo pensado e analisado ao extremo. Até minha língua (um órgão que parece ter vida própria) aprendeu a respeitar o meu cérebro. Agora, ele comanda. Estou na fase racional da vida.
“Agora” ou “Quando for melhor”? Acho que algumas vezes nem você, caro leitor, consegue resolver essa questão sem passar horas analisando. E eu, como um bom ariano que sou, passo dias. Não é questão de insegurança; é de saber que meu tempo de “foda-se”, pra mim, está acabando. Claro que alguns “quero nem saber” ainda saem da minha boca (alguns) e eu adoro quando saem. O problema é que, tudo que diz respeito ao meu futuro, merece uma atenção maior agora. Sou sozinho. Não posso me dar ao luxo de pensar que, caso algo dê errado, terei apoio eterno. Seria burrice pensar assim. A única relação que não vai acabar nunca é a que eu tenho comigo mesmo. Lógico que já muitas outras que eu não quero que acabe mas... Pessoas são imprevisíveis. Relacionamento não são acordo de...
Espera aí. Deixa Shakespeare falar por mim:
"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa - por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.
Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"
Há muitas coisas das quais eu me arrependo até hoje mas, sem dúvidas, não ler este texto de Shakespeare mais vezes e não escrever aqui no meu blog sempre que tive vontade são algumas das principais.
Tem Mais?
Tem... E como tem...
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